sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Lixeira falante ajuda cegos a proteger o meio ambiente

       A lixeira de coleta seletiva, em que cada uma é pra um tipo de material, costumava ser um problema para deficientes visuais. Agora, além de colocar o lixo certo, ninguém mais esbarra ou suja as mãos.Em Minas, um grupo de estudantes universitários criou um aparelho que ajuda portadores de deficiência visual a proteger o meio ambiente.Andar assim nas ruas não é fácil. Se houver uma lixeira no caminho, então. “A gente só encontra quando a gente não quer, porque aí você tromba nela, machuca”, disse o professor Ananias Moreira.
       E lixeira de coleta seletiva, em que cada uma é pra um tipo de material? Um problemão para os deficientes visuais! “É, porque você não sabe o lugar que você está jogando o lixo, se está certo, se está errado”, disse uma jovem.
Pois em uma escola especial,em Belo Horizonte, ninguém mais esbarra nelas,nem erra o alvo.A diferença aqui é que as lixeiras falam. Isso mesmo. Basta alguém se aproximar."Lixeira para plástico". E é assim com cada uma delas. Aí, fica fácil acertar.

Um sensor de presença emite o som. Como normalmente os cegos usam o tato para identificar as lixeiras, esta é mais higiênica.“É maravilhoso. Além disso, preservar a natureza, fazer reciclagem, que eu acho excelente”, disse a professora Luzia Mendes Camargos.
É o resultado de uma pesquisa de estudantes de Engenharia Ambiental. Eles gravaram as mensagens em sensores comuns.
       Testaram a altura que também facilitasse a vida de pessoas em cadeira de rodas. E usaram cores pra orientar quem enxerga.

"As linguagens, elas estão variadas, ali. Então, com certeza isso vai atender a todas as pessoas”, acredita o estudante de Engenharia Ambiental, Robson Tupi Alves.
Apesar de simples, a ideia surpreende."Ótimo também que ela fala, avisa”, disse seu Ananias. Ele, pela primeira vez, acertou a lixeira de coleta seletiva sem pedir ajuda a alguém.“A gente sente independência. E é gostoso sentir essa independência, né?!”.
 
 
Fonte :Jornal Nacional Matéria exibida em 25/11/2009.

Programa de graça ajuda tetraplégicos a usarem o computador

Um programa de computador para quem não movimenta os braços 


     É preciso instalar uma câmera no computador, que reconhece o movimento da cabeça e move o cursor na tela. O clique é feito com os olhos.Um programa de computador desenvolvido por uma universidade da Espanha pode dar mais independência às pessoas tetraplégicas. Elas conseguem acessar a internet sem a ajuda de ninguém.Foi paixão à primeira vista. Bastou uma piscadinha de lá, outra de cá e Talita não vive sem ele. Um programa de computador para quem não movimenta os braços. Antes de ficar tetraplégica, a moça vivia na internet. Depois, só com ajuda para clicar, digitar. Agora, isso acabou.
"Posso mexer sozinha agora, dá pra fazer tudo, estudar, conversar com amigos, distrair", conta a estudante Talita Abreu.O programa é simples e está disponível de graça na internet. Precisa apenas instalar uma câmera. Primeiro, ela reconhece o movimento da cabeça e move o cursor na tela. O clique é feito com os olhos.
E um teclado virtual ajuda a escrever. "A partir daí podemos ver o potencial do paciente e executar o principal da reabilização, que é reincluí-lo socialmente", disse o gerente de reabilitação AACD, Marcelo Ares.

Uma ferramenta como essa faz mais do que devolver a auto-estima e a independência. Imagine-se na frente de um computador, mas sem o mouse ou o teclado. Um mundo inteiro aqui, bem perto, mas fora do seu alcance.Para muita gente, esse mundo, e tudo o que ele ajuda no nosso mundo de verdade, ficou mais acessível.
Eduardo sempre usou uma vareta para acessar o computador. Nessa tela, descobriu a vocação, estudou para o vestibular de jornalismo e já se prepara para uma carreira.
Bastou experimentar o novo programa, para ele perceber que pode chegar lá. E com mais rapidez. "Vai ficar mais ágil, mais rápido e isso é bom pra jornalista. Tempo é dinheiro, né?", lembrou o estudante de jornalismo, Eduardo George.


Fonte: Jornal Nacional matéria exibida em:25/11/2009.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Comentário sobre a aula do dia 13/11/09

Na aula do dia 13/11/09 foram apresentamos pelos nossos colegas, blogs que nos ajudam a entender como a tecnlogia faz parte do nosso cotidiano.O primeiro blog fala da EAD, as vantagens e desvantagens que a educação a distância tem, no que ela ajuda e no que ela atrapalha na carreira profissional de uma pessoa.O segundo fala de como um "cinema" em sala de aula pode trazer para as crianças ou adolescentes uma aula mais prazerosa, com filmes que tenham relação com o conteúdo programado para cada turma, fazendo assim, com que a as aulas não fiquem tão monótonas.O terceiro fala de como a tecnologia é usada na Educação Inclusiva e como ela nos auxiliam até hoje, de diversas maneiras.
Para concluir, observamos que os colegas realmente fizeram uma extensa pesquisa para poder nos mostrar a importância da tecnologia em suas diversas maneiras de aparição, nos ajudando a melhorar cada dia mais nossa educação, seja pela EAD, pelo cinema em sala de aula ou pelo uso da tecnologia na Educação Inclusiva.

Inovações tecnológicas para a Educação

Na escola o método tradicional está muito presente. Há professores que não buscam inovar seus materiais escolares, muitas vezes por falta de habilidade para utilizar a tecnológia de hoje. Existe novas maneiras de ensinar, maneiras essas que para muitos dá trabalho em buscar conhecimentos pra transmitir aos seus alunos.
O computador conectado à rede é uma maneira muito ampla para o educador explorar a busca do conhecimento dos seus alunos, podendo elaborar pesquisa, interação com outros colegas que estejam em ambientes diferentes (bate-papo), desenhos, construção de tabelas e etc.
O datashow é um aparelho que conectado a um computador que possibilita a projeção de imagens, textos e vídeos contidos na sua tela.
Retroprojetor é um aparelho utilizado para a projeção de transparências, e não necessita conexão ao computador.
Dentre os recursos tecnologicos que podemos utilizar, temos também: a televisão, o rádio, dvd, câmeras digitais e muito mais.

Ambiente Educacional Rico em Tecnologia: A Busca do Sentido

RESUMO
A presença das novas tecnologias, principalmente do computador, requer das instituições de ensino e do professor novas posturas frente ao processo de ensino e de aprendizagem. Trabalhos baseados em competências, utilizando problematizações e projetos, bem como os estudos recentes da Psicologia, da Antropologia e da Neurociência, apresentam-se como alternativas importantes para o professor compreender melhor o desenvolvimento humano e não apenas utilizar-se dos conteúdos das disciplinas. Diferentes formas de ensino, atendendo as individualidades com intervenções pedagógicas apropriadas como meio de elevar o nível de aprendizado. Atitudes investigativas e de inovação por parte dos docentes, tendo em vista as transformações tecnológicas, do conhecimento e das questões sociais.


Palavras chave: conhecimento, aprendizagem, ensino, tecnologia, concepções.
1. APRESENTAÇÃO


A velocidade com que as tecnologias avançam, impulsiona o homem a assumir uma postura que o coloque em atuação proativa frente a esta nova realidade. O acesso a estas novas tecnologias é cada vez mais facilitado e, hoje é difícil imaginar qualquer atividade realizada sem elas.A revolução tecnológica produziu uma geração de alunos que cresceu em ambientes ricos de multimídia, com expectativas e visão de mundo diferente de gerações anteriores, portanto, a revisão das práticas educacionais é condição para que possamos dar-lhes educação apropriada.Já nos anos 60, Marshall Mc Luhan afirmou que as novas tecnologias são sempre utilizadas para fazer trabalhos velhos, até que alguma atitude redirecione essa situação. Podemos dizer que essa vem sendo nossa experiência com a utilização dos computadoresNa escola, essa revolução tecnológica requer do professor uma nova forma de interagir: conteúdo, sala de aula, aluno, professor. Houve uma inversão de valores, onde o professor deixou de ser o ponto fundamental da aprendizagem do aluno para ser um referencial facilitador na construção do aprendizado.Esta nova forma de educar, faz com que o professor reavalie toda a sua atuação desde a preparação das aulas até a conclusão de cada conceito trabalhado.
Acompanhar as mudanças ou fazer retórica a respeito de modernidade não é suficiente, pois a evolução acontece, até mesmo independentemente da vontade individual, mas como parte de um processo de desenvolvimento em que todos estamos envolvidos, e as novas geraçnoes são incluídas nesse processo no estágio onde se encontra, não necessitando retomar ou reviver os estágios já percorridos pelas gerações anteriores.Partindo desse princípio, considerando as transformações do mundo, do conhecimento, das questões sociais, evolução tecnológica e o aprendizado necessário para o século XXI, preocupa-nos as instituições de ensino e os profissionais de educação.


2. ENSINO E APRENDIZAGEM - BASES TEÓRICAS

A concepção de ambientes de aprendizagem por computador requer a necessidade de considerar o vasto conjunto de princípios e concepções que abordam os processos de aprendizagem. Sabe-se hoje, que a aprendizagem processa-se por meio de relações entre os conhecimentos já adquiridos e os novos.
A utilização de novas tecnologias, sem mudança de paradigmas das concepções de ensino e de aprendizagem, poderá não ser tão significativa quanto se espera, por exemplo, a participação dos alunos tem maior probabilidade de sucesso nas salas de aula que enfatizam o uso de programas que permitem a experimentação e exploração, aplicação de hipermídia e softwares de autoria; e menor com o uso de software de exercícios de repetição e prática, podendo levar ao tédio e frustração por parte dos alunos.
A tecnologia dá uma dimensão adicional na criação de mundos artificiais e, com isso, nos deparamos com situações onde acontecem coisas não programadas, mas que precisamos lidar com elas, desenvolvendo a habilidade de trabalhar com o inesperado. Contudo, a construção do conhecimento pelo aprendiz não é um processo simples e imediato, mas complexo e de longo prazo, não se devendo confundir aprender com ser ensinado.
Reconhecendo esse conceito, podemos propor a aplicação de projetos mais longos, onde diversos conhecimentos possam ser utilizados e não apenas construções copiadas, simplesmente utilizando informações pouco ou nada trabalhadas. Alguns projetos podem se destinar ao uso social, outros para aprendizagem ou, mesmo ao prazer e entretenimento e os aprendizes podem estar envolvidos em um ou mais projetos e, estarem buscando informações sobre as coisas que precisam saber, em livros ou na Internet; o que importa é o ambiente interativo e criativo para que o projeto e, por conseguinte a construção do conhecimento aconteça.
Pensando em formar pessoas para a vida em sociedade, surgem os estudos sobre construção de competências, com o objetivo de levar em conta um problema antigo, que é o de transferir conhecimento, passar conteúdos disciplinares, geralmente justificados pelas exigências de escolaridade, mercado de trabalho ou seleções pelas quais os alunos poderão submeter-se. "Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos, sejam eles saberes ou informações, para resolver situações que lhe sejam solicitadas. Essas competências são de escolha da sociedade, baseada em um conhecimento amplo e atualizado das práticas sociais" (Perrenoud, 1999).
A transferência e a mobilidade das capacidades e dos conhecimentos precisam ser trabalhadas, exigindo tempo e situações apropriadas, para que não se acumulem saberes e informações apenas para passar em testes.
Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar com problematizações e projetos, propor tarefas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos. Isso pressupõe uma pedagogia ativa, cooperativa e professores percebendo-se como organizadores de situações didáticas, envolvendo os alunos para gerar aprendizagens.
Além de preparo técnico, o professor deve ser capaz de identificar e de valorizar suas próprias competências, sejam elas de cunho profissional ou social. Isso exige um trabalho sobre sua própria relação com o saber, em que seu principal recurso é a mudança de postura com ações voltadas à reflexão, observação, inovação e aprendizado.
Porém, ao serem tratados todos os aprendizes, como iguais em direitos e deveres e, praticada a indiferença para com as diferenças, permite-se que os favorecidos aprendam mais rápido do que os outros, acentuando as desigualdades de aprendizagem.
Perrenoud (2000), afirma que "diferenciar o ensino é fazer com que cada aprendiz vivencie, tão freqüentemente quanto possível, situações fecundas de aprendizagem...", adaptar as práticas e intervenções pedagógicas ao aprendiz, não se referindo a abandonar a idéia de instruir ou de estabelecer objetivos essenciais, mas sim, de buscar atenuar as desigualdades diante da escola e a conseqüente elevação do nível de aprendizado efetivo.
As pedagogias diferenciadas, por não serem constituídas de um ensino centrado no saber, geram uma crise no funcionamento didático e na organização curricular tradicional, propondo-se cada vez mais estarem sensíveis às diferenças, na medida em que os alunos aprendem fazendo e refletindo sobre as situações encontradas no decorrer do trabalho realizado.
A maioria dos professores, estudou numa estrutura escolar com espaços e tempos definidos e rígidos, que exigia atenção contínua e linear, com avaliações que só serviam para classificar os alunos em bons e ruins. Hoje, com auxílio da Antropologia, Neurociência e Psicologia sabemos que todo ser humano é capaz de aprender e realiza aprendizagens de naturezas diversas durante toda a sua vida. Vale ressaltar que a experiência escolar insere-se num processo contínuo de desenvolvimento e terá significado na medida em que se articule com aprendizagens e experiências pelas quais o ser humano transita.
O fato de que a escola é um dos espaços de aprendizado e desenvolvimento humano, traz implicações como a de que o indivíduo não escolarizado deixará de construir determinados conceitos, porém, não deixará de se desenvolver: o desenvolvimento seguirá seu curso. Se o professor souber como funciona a atenção, a memória e a emoção nas diversas fases de desenvolvimento da pessoa, vai ensinar melhor.
O resgate das relações estéticas das diversas formas de linguagem, que são um dos sistemas expressivos da emoção humana, é uma das formas para o professor mudar seu jeito de ensinar. "O professor não pode perder a dimensão de que a escola é o lugar da ampliação da experiência humana, onde se constrói conhecimentos com o uso de diversas linguagens e imaginação" (Lima,1997).
Essas afirmações têm relação direta com o currículo e o planejamento das ações pedagógicas, pois alguns processos são essenciais e determinantes em um período de formação e estarão superados ou modificados em outro período. Segundo Lima (1997), a ação pedagógica não está coerente ao período de formação e suas possibilidades de aprendizado e, se não utilizar os instrumentos culturais adequados, não estará apoiada nas formas de pensamento do educando e, portanto, terá poucas possibilidades de ter bons resultados.
O aprendizado só ocorre quando são realizadas atividades como estudo, registro, pesquisa, ou seja, construindo conceitos. Os erros nada mais são do que estágios de pensamento que o indivíduo precisa superar e, o papel do professor é estudar e saber qual intervenção é necessária para que o aluno supere tal estágio.
3. PROFESSOR ‚ DESAFIOS PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA
Quem determina as possibilidades de uso dos softwares e da Internet na educação são os professores, com suas concepções sobre o que é ensinar, e, principalmente aprender, teorias de aprendizagem e práticas pedagógicas.
Além da responsabilidade das funções de escolarização, cabe também aos professores a responsabilidade de articular as mudanças sociais e culturais que os novos desenvolvimentos tornam possíveis
É necessário partir para um entendimento do computador, com todas as suas novas potencialidades, como sendo um parceiro que providencia oportunidades de aprendizagem, exercendo uma influência de ordem cognitiva no indivíduo, através das características da interface proposta, do software e das ferramentas, o importante mesmo é refletir sobre a natureza desses efeitos nos indivíduos e nas suas atividades de aprendizado.
Utilizar o computador na escola com objetivo de criar um ambiente de aprendizagem onde o aluno processe a informação, agregue-a e coloque-a em atividade mediante um desafio ou situação problema, ou seja, o computador precisa ser visto como mais uma possibilidade de representar o conhecimento e buscar novas alternativas e estratégias para se compreender a realidade. Criar diferentes formas de aprendizagem e de ensino com o auxílio da tecnologia, numa proposta pedagógica que tenha como centro o aluno e suas necessidades de aprendizado.
Ao analisar o trabalho docente, devem ser considerados os valores que traz consigo, não perdendo de vista as concepções que nortearam sua formação inicial e sua trajetória profissional. A única maneira de libertar o professor para fazer coisas diferentes é dar-lhe a oportunidade de colocar em prática as coisas nas quais acredita e com ferramentas adequadas, não isolá-lo, mas integrá-lo, formar redes de colaboração para que não desista, sentindo que é trabalho inútil ao aprendizado. Para tanto, a capacitação continuada, levando o educador a voltar-se sobre a sua própria prática, refletir sobre ela e no momento em que se percebe insatisfeito, sai em busca de novas alternativas pedagógicas.
Porém, as mudanças na educação também dependem dos administradores, que devem apresentar equilíbrio na gestão dos recursos tecnológicos, humanos e administrativos, contribuindo para que esse novo ambiente de aprendizado seja efetivo, permitindo, por exemplo, inovações e redes de colaboração entre professores, alunos e instituições.

Com a chegada da Internet nos defrontamos com novas possibilidades, desafios e incertezas. Não podemos, contudo, esperar das redes eletrônicas a solução para modificar profundamente a relação pedagógica. Com a Internet, o professor pode ampliar a forma de preparar a aula, pois lhe permite o acesso às mais recentes informações e materiais (imagens, sons, programas), lembrando que o papel do professor não é somente coletar informações, mas trabalhá-las, buscando melhores resultados em aula, tornando-as espaço de interação, de troca, discussão entre alunos e professores.
O uso do modelo de aula expositiva, resposta oral e trabalho individual tende a diminuir, propondo-se maior ênfase ao trabalho colaborativo.
Um dos desafios para os professores diz respeito ao estabelecimento de limites em relação às tarefas solicitadas, pois quando encontram o equilíbrio entre liberdade e controle o resultado é gratificante: alunos se arriscando, indo além do esperado, mais imaginativos e criativos. Buscar a ponderação entre a flexibilidade e a organização, procurando adaptar o ensino às diferenças individuais e ritmos de aprendizagem, bem como, gerenciar as divergências, os tempos e estabelecendo os mínimos essenciais. Trabalhar em grupo exige habilidade de encontrar o meio termo entre as expectativas individuais, as ligadas ao programa escolar e as sociais.
A exploração dos alunos nos computadores (software ou Internet) pode ser conflitante com o plano de aula: totalmente envolvidos na pesquisa, exploração, resolução de problemas, podem recusar-se a interromper o que estão fazendo, comprometendo os planos do professor e este, por sua vez pode ter reações diferentes: considerar como problema significativo ou como oportunidade para aprendizagem, reorganizando o cronograma e combinando com os alunos a forma mais adequada de encaminhar essas situações.
Professores atentos a novidades, com desejo de atualização constante, terão maior facilidade na utilização de tecnologias com objetivos educacionais, já aqueles que se limitam com aulas preparadas sempre da mesma forma, talvez saiam à procura de roteiros de aula para serem aplicadas, conforme o conteúdo curricular que esteja trabalhando.
Segundo Moran, "educar é colaborar para que professores e alunos transformem suas vidas em processos de aprendizagem..." e, o que nos torna bons aprendizes é estarmos continuamente conscientes e atentos às questões relativas a aprendizagem, buscando extrair sempre alguma informação ou experiência que pode nos ajudar a ampliar o nosso conhecimento.
O processo de ensino e aprendizagem nos dias atuais, exige menos conteúdos e tempos fixos e mais processos de pesquisa e comunicação, porém um cuidado a ser tomado é com a extensão das oportunidades de informação e comunicação e as diversas fontes de acesso, sem perder de vista os objetivos estabelecidos e o aprofundamento na compreensão de conceitos, para não correr riscos de ficar apenas na superficialidade
Algumas qualidades devem ser desenvolvidas pelo professor-pesquisador, por exemplo, a ação, a reflexão, a curiosidade, a inquietude e a incerteza. Além de dominar o conteúdo, deve ser aquele que analisa, é estudioso daquilo que lhe diz respeito e, acima de tudo, trabalha mais com dúvidas do que com certezas. Um profissional que saiba interagir com alunos e colegas de forma vivencial e comunicativa, despertando no aluno reações de confiança e inspiração, o que facilitará o processo de ensino-aprendizagem.





4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A mera aquisição de tecnologias por parte da escola, para o simples repasse de conteúdos por um meio diferente, sem alterar a forma de relacionamento com o aprendiz, com o conhecimento e com a sociedade, causa inquietude e apreensão.
A utilização de novas tecnologias, entre elas o computador, vai muito além do uso de novas ferramentas de ensino, pois estamos imersos numa nova ordem sistêmica, com lógicas e princípios próprios, levando a questionamentos e pesquisas, como: Os canais de aprendizagem são modificados com a inclusão desse novo sistema comunicacional? Na instituição escolar com sua lógica curricular e didática, deve ser mantida ou revista? Em que?Quanto à necessidade da escola no futuro, não temos dúvida, mas uma escola transformada em espaço de comunicação, agrupamento e conexão entre pessoas, que receberão individualmente, as informações e conhecimentos e necessitarão colocar juntos o que aprenderam, a fim de melhorar, criticar e confrontar com as questões do mundo.Rever nossos referenciais teóricos, pois cada ação pedagógica revela uma concepção do ser humano e uma compreensão sobre o modo como se aprende, parece-nos pertinente, mas também são necessárias pesquisas para saber quem é o novo "sujeito da educação", a partir de uma nova relação com o mundo: um novo estilo de humanidade está sendo inventado.Vale a pena trabalhar no sentido de buscar e abrir novas possibilidades para o futuro, caso contrário, poderemos ser engolidos pelo processo.




REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA



BABIN, Pierre, KOULOUMDJIAN, Marie-France. Os novos modos de compreender: a geração do audiovisual e do computador.


São Paulo: Ed. Paulinas, 1989, cap.10.

HEIDE, Ann, STILBORNE, Linda. Guia do professor para a Internet: completo e fácil. 2 ed.


Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000, cap. 1

LIMA, Elvira Souza. Desenvolvimento e aprendizagem na escola: aspectos culturais, neurológicos e psicológicos.


São Paulo, GEDH ‚ Grupo de Estudos do Desenvolvimento Humano, 1997.

MORAN, José Manoel. Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias: transformar as aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual.


Disponível em:< http://www.eca.usp.br>

PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

PERRENOUD, Philippe. Pedagogia diferenciada: das intenções à ação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.


















Tecnologia na Educação: Uma Mudança de Paradigma

Introdução

A partir de uma análise de conjuntura educacional e considerando a inserção dos recursos tecnológicos na educação, será feita uma retomada histórica, sendo de forma superficialmente, das descobertas e invenções tecnológicas e das mudanças na realidade educacional desde a década de 80. Também analisados os fatores que interferiram e interferem nessas mudanças.







TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E A SOCIEDADE







O desenvolvimento tecnológico, desde o uso da machadinha, na Idade da Pedra, até os dias atuais, representa avanços muito significativos para a sociedade. Através das tecnologias inventadas nessa época, apesar de rudimentares, aumentaram as possibilidades de trabalho da sociedade em geral. Nas primeiras comunidades, cultivar a terra era algo temporário, era necessário se locomover em busca de novas terras férteis. Com a invenção de alguns instrumentos agrícolas, o homem pôde se fixar, ou seja, deixar de ser nômade para ser sedentário, trabalhando agora na sua própria terra e podendo de modo geral explorá-la.

Num tempo posterior, com o telégrafo e a imprensa puderam dinamizar o processo.

comunicação entre os homens, mesmo que à distância. A máquina fotográfica, o cinema, o rádio e a televisão, tiveram papéis fundamentais na história da comunicação e da veiculação de informação. Muitas vezes, não se trata somente de um avanço na comunicação, mas expressa um avanço também no pensamento humano e nas atitudes humanas e conseqüentemente no contexto social e político de nossa nação. Na medida em que esse sistema evolui, ele exige uma maior possibilidade de uso desses recursos, que por sua vez, impulsionam o desenvolvimento da sociedade. Eles contribuem para a ampliação e divulgação dos pensamentos divergentes que a movem e para formação de valores. O presente

momento histórico demonstra o dado acima com clareza. Hoje se vive a efetivação de uma nova ordem mundial. No campo do trabalho, assim como no campo da educação, há uma mudança axiológica. No entanto, a vasta gama de possibilidades de comunicação, oferecida pela Internet, por exemplo, representa uma conseqüência desses novos valores. Cumprem, também, a tarefa de veiculá-los e formar opiniões, dado ao fato de ser um espaço aberto com alcance em massa. Bem disse Sampaio e Leite ao comparar aquilo que era ideal com o que hoje é real:

O desenvolvimento tecnológico acarretou inúmeras transformações na sociedade contemporânea, principalmente nas duas ultimas décadas. Hoje são possíveis realizações que, há pouco mais de 40 anos, faziam parte apenas do mundo da ficção – viagens espaciais, discagens telefônicas entre continentes, retiradas de dinheiro fora do horário bancário, pagamentos eletrônicos, sofisticados exames clínicos, robôs que constroem outras máquinas etc (SAMPAIO; LEITE, 20006, p. 35).

Nesse sentido, pode-se afirmar que os recursos tecnológicos são hoje muito importantes para a ideologia dominante, pois constituem um instrumento essencial à organização do trabalho, logo a educação precisa considerar sua existência e sua utilização como algo bastante necessário. No entanto, eles não se inserem nesse mercado sem explicações. O fato é que suas potencialidades são essenciais para garantir a qualidade da produção, e muitas vezes, um lucro maior dado à forma como se estabelece uma nova relação entre o trabalhador e sua produtividade. Em se pensando na educação, torna-se importante incluir o uso dessa tecnologia no currículo escolar.

Pode-se questionar quanto à função da escola: sua tarefa é formar mão-de-obra para o mercado de trabalho ou formar o homem para uma vida digna e humana nas relações pessoais e sociais.

Acredita-se que a segunda opção se constitui enquanto uma resposta mais adequada, por considerar que esse tipo de formação passa também pelo domínio das tecnologias e linguagens que permeiam a sociedade. O uso das mesmas pode significar um maior acesso às informações, um melhor desempenho lingüístico e cognitivo e, conseqüentemente, um processo de aprendizagem rico.

Hoje, como reflexo de uma política mundial, os paradigmas educacionais que orientam o discurso pedagógico são novos e em alguns momentos, os discursos conservadores e progressistas se convergem diante de alguns argumentos como os seguintes: concepção de avaliação, de currículo, de metodologias, do perfil do aluno a ser formado. O domínio das novas tecnologias se apresenta como um dos traços importantes do novo perfil do educando, assim como o desenvolvimento lingüístico. Tais dados convergem para as solicitações do mercado de trabalho, conforme se afirma no parágrafo anterior. Essa é uma visão própria dos conservadores. No entanto, para os progressistas, esse discurso se move pela necessidade de uma formação humanística e totalizante. O fato é que todos os grupos podem criticar o desenvolvimento tecnológico, mas não podem negar que eles podem contribuem para o desenvolvimento do ser humano se usado dentro de perspectivas educativas e construtivas. Esses são alguns reflexos do momento atual e suas mudanças frente à sociedade em geral.

Os recursos tecnológicos estão inseridos nesse contexto de mudanças de paradigmas. Reconhece-se que muito houve de evolução em termos tecnológicos. Nos anos 70, surgiram os microcomputadores com um potencial bem limitado de operação. No entanto, atualmente pode-se contar com diversas tecnologias de comunicação. Também a educação se desenvolveu significativamente em termos históricos, apresentando-se mais aberta para as mudanças de hábitos, valores, costumes e visão de mundo presentes na sociedade. Logicamente, ela se apresenta, então, mais aberta para a tecnologia.

A relação tecnologia e da educação implica também numa relação antagônica frente ao poder. Se por um lado, as classes populares precisam ter acesso a esses recursos através do ensino público, por outro lado, a inserção dos recursos tecnológicos na escola representa, conforme afirma Kawamura:

Um modo de realização do poder da burguesia para maior controle, em menor tempo, com maior lucro, sobretudo quando poucos têm acesso aos avanços da tecnologia, de suas máquinas e equipamentos. Marcuse (1977) já alertava para essa discussão dizendo que a tecnologia e a economia eram as novas formas de controle da burguesia. Um governo só se mantém quando explora com êxito a tecnologia implantando novas necessidades materiais e intelectuais nos sujeitos. O poder político firma-se sobre o progresso mecânico e técnico, conduzindo-nos a necessidades não pessoais, falsas necessidades sobre as quais não temos controle (KAWAMURA,1990, p.30).

A questão tecnológica, muitas vezes, é tomada por alguns estudiosos do assunto de maneira mítica, sem se perceber a dimensão apresentada por Kawamura. Conforme se afirmou acima, tanto os conservadores quanto os progressistas entendem a necessidades de incluir na educação a introdução ao desenvolvimento de habilidades em torno dos recursos tecnológicos, bem como de utilizá-los como recurso pedagógico. Além disso, há convergências em outros aspectos do discurso pedagógico. Tomando-se o termo interdisciplinaridade, ver-se-á que enquanto um grupo pretende com um trabalho, nessa perspectiva, conseguir uma formação humana, que propicie uma leitura complexa da realidade, o outro tem por finalidade uma visão processual, que elimine com a fragmentação própria do modelo fordista. Pode-se, assim, afirmar que a realidade é bastante dialética e, é nesse contexto, que a educação brasileira vem se refazendo, apesar de todo jogo desigual que contrapõe interesses antagônicos. O que se percebe é que o discurso pedagógico presente na sociedade atual parece minimizar essa desigualdade.







A LUTA PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA: UM CONFLITO SEMPRE PRESENTE

 

Vivemos numa sociedade que estácada vez mais tecnológica. Encontramos tecnologia na maioria dos lugares públicos (bancos, supermercados, lojas, escritórios). Almeida propõe que a população é constantemente beneficiada pela tecnologia, de modo invisível e sem notabilidade:

A sociedade, de modo geral, esta constantemente se beneficiando dos progressos da tecnologia sem, muitas vezes, ter consciência disso. Ler um jornal, uma revista ou um livro, assistir à programação de televisão; utilizar o telefone; tomar m refrigerante, pagar uma conta no banco, fazer compra no supermercado; viajar de ônibus, trem ou avião são usos da tecnologia que fazem parte do cotidiano. Ou seja, a sociedade usufrui de tecnologia, na medida em que a realização dessas atividades pressupõe a presença de recursos tecnológicos em algum estágio do processo; na produção do mercado editorial, na produção da mídia audiovisual, no sistema de telecomunicações, nas transações comerciais ou na produção de produtos de consumo (ALMEIDA, 1988, p.89)

É notório que a medida que o homem cria e constrói seu trabalho, ele modifica o mundo ao seu redor. Sabe-se ainda que ele não se encontra isolado no universo, pois compõe um contexto histórico, social, político, cultural e econômico. As mudanças ocorridas em âmbito mundial afetam o trabalhador da educação em seu país, em seu estado e em seu município, uma vez que os fatos que acontecem não se dão de maneira desconectada. Eles se dão a partir de valores, princípios e interesses que representam uma determinada ideologia. Pode-se dizer que o processo de Globalização da Economia Mundial interfere necessariamente na realidade educacional. Percebe-se que essa nova realidade propõe também uma maior valorização do desenvolvimento tecnológico, que se desponta e torna-se muito marcante no final do século XX. O computador começa a existir como uma posse doméstica que, como o telefone, possibilita uma série de atividades comunicativas para o homem. Através dele, ele se informa, faz compras, comunica-se com outros, visita bibliotecas e envia mensagens como se fosse pelo correio.

A expansão da nova tecnologia da informática e dos seus desdobramentos – a teleinformática e a robótica – representa um salto qualitativo no processo evolutivo científico-técnico-produtivo da humanidade. Nos grupos sociais de centro, ocorrerá paralelamente ao progresso daquela o desenvolvimento sociocultural, o que atualmente não se observa nos grupos da periferia, onde, provavelmente, se agravará o hiato entre o desenvolvimento econômico e político-cultural. Obviamente, não se trata ainda de uma passagem do simplesmente dramático ao profundamente trágico, mas o fenômeno assumirá esse caráter se não tomarmos conhecimento do descompasso entre os dois ritmos de desenvolvimento e não nos empenharmos na aceleração firme e conseqüente do desenvolvimento politíco-cultural. Isto equivale a dizer que, nos grupos da periferia, o processo de educação científico-técnico-econômico-produtiva precisa ser acompanhado de um vigoroso processo de educação sociocultural e, conseqüentemente, sociopolítica. Para esse fim, vemos como um espaço de ação viável do redimensionamento daquilo que se concebe como educação (BARROS: 1998, p. 26 - 27).

No entanto, apesar de aparentes transformações na sociedade provocadas por essa nova ordem mundial imposta pelos neoliberais, pode-se afirmar que tal processo expressa uma ideologia, aquela que representa os interesses dominantes. Dentre as quais, uma conseqüência é a insatisfação que provoca uma movimentação em torno do conflito existente entre os interesses de classes antagônicas, que compõem a sociedade capitalista. Tudo isso, sem dúvida, reflete na educação.

As tecnologias que se viram impulsionadas por momentos históricos importantes, em que os homens provocam mudanças políticas, econômicas e sociais, têm grande impulso em mais um desses momentos – a atualidade. Hoje, vive-se uma grande gama de transformações sociais e tais recursos recebem um grande investimento.

 

RECURSOS TECNOLOGICOS INSERIDOS NA ESCOLA



A escola tradicional e o tecnicismo, principalmente, se tomado aos moldes da década de 70, nunca atenderam aos interesses da esquerda no Brasil e não mais atendem aos interesses das classes dominantes. A História da Educação no Brasil mostra a que a escola sempre cumpre a tarefa de reprodutora dessa ideologia. No entanto, essa mesma história mostra que sempre há resistência a esse tipo de educação. Assim, pode-se afirmar que na opinião de alguns, a tarefa cumprida pela escola burguesa do século XX é manter o status quo a partir da inculcação de valores que justificam toda a desigualdade social, ocultando a realidade e as reais causas da pobreza, da marginalidade e de tudo que advém delas, sublimando a relação de opressão existente na sociedade e negando as possibilidades de sua transformação, ocultando tudo o que há de opressor e transitório nele (trabalho pedagógico de ocultamento da realidade). Além disso, ela é responsável pelo já referido ato de exclusão, que divide os homens entre aqueles que pensam e aqueles que operam e por uma formação que atenda à demanda de solicitação de mão-de-obra no mercado.

Na década de 80, muito se falava em mudanças da realidade educacional e muitos movimentos se deram nesse sentido, a partir de discussões abordando tal tema. Ainda nessa década, uma onda de greves na Educação estourou em todo o país, dentro das escolas, das universidades, e de diversas organizações não governamentais. A educação foi foco de muita polêmica. A partir disso, alguns elementos que compõem a realidade educacional vão se modificando, ora através de atos significativos para a transformação dessa realidade, ora através de pequenas reformas que mantém, no fundo, as coisas como estavam antes. Por um lado, os progressistas procuram construir uma escola democrática. Para esses, o conceito de currículo se vê modificado. Torna-se necessário para a escola estabelecer uma relação significativa entre currículo - trabalho, inserir-se na comunidade como um espaço democrático autônomo e descentralizado, considerar as origens e peculiaridades dos alunos advindos das classes trabalhadoras, buscar a formação do cidadão capaz de teorizar a prática que traz consigo, capaz de refletir sobre os direitos de saúde–educação – cultura – trabalho. Por outro lado, os conservadores também insatisfeitos propõem mudanças para a educação. No entanto, suas propostas não têm como objetivo democratizar o espaço educacional, mas atender às solicitações neoliberais. Dessa maneira, pode-se afirmar que a educação sofreria, então mudanças significativas, uma vez que há um consenso quanto à necessidade de transformação da realidade educacional. No entanto, tais mudanças poderiam não representar um processo de democratização, mas uma modificação na atuação da escola enquanto aparelho ideológico, na manutenção do status quo.

Assim sendo, o final da década de 80 e toda a década de 90 foram marcados pela busca de novos referenciais para a educação institucionalizada. Num primeiro momento, foram revistos os programas de ensino, também chamados de propostas curriculares. Houve, nesse período, muito investimento na formação de professores, através de projetos desenvolvidos pelas entidades competentes.

Outro investimento se deu na forma de organização do trabalho dentro da escola através do Projeto de Qualidade Total, que consiste num programa de gerenciamento e controle de qualidade, criado no Japão, desenvolvido nas empresas de vários países e introduzidos na Educação nos Estados Unidos.

O referido projeto é introduzido nas escolas, nas fábricas, nos escritórios, nas empresas em geral.

Prima-se pela organização, pela capacidade de se trabalhar em grupo, pela flexibilidade, pela capacidade de se raciocinar sobre o todo e não somente sobre partes fragmentadas de um processo de trabalho, dentre outros. Ele implica, muitas vezes, numa relação de exploração que se dá através de políticas trabalhistas que geram a exploração da mão-de-obra e a competitividade.

De fato, toda essa política ganha força inicialmente nas escolas públicas do país. Mas sua aceitação é frágil e, apesar, de muitos elementos considerados próprios dela se encontrarem inseridos na prática educacional, não houve uma aceitação geral e significativa na educação, devido ao seu caráter empresarial. No entanto, trata-se de pequenas reformas, que atendem à política neoliberal.

Nesse projeto, a intervenção na educação com vistas a servir aos propósitos empresariais e industriais tem duas dimensões principais. De um lado, é centrada na reestruturação {...}. De outro é importante também utilizar a educação como veículo de transmissão das idéias que proclamam as excelências do livre mercado e da livre iniciativa. Há um esforço de alteração do currículo não apenas com o objetivo de dirigi-lo a uma preparação buscada pelos ideólogos neoliberais, atrelar a educação institucionalizada aos objetivos estreitos de preparação para o local de trabalho também com o objetivo de preparar os estudantes para aceitar os postulados do credo liberal". (SILVA, 1996, p.12)

Nos anos 90, o projeto de Qualidade Total é adotado como política educacional pelo governo de Minas Gerais. Justamente, nesse período é que os recursos tecnológicos chegam à escola.

Anteriormente, o professor contava com o quadro, o giz, às vezes vídeo, televisor e aparelhos de som. As escolas recebem kits tecnológicos, contando com laboratórios de informática, tevê, vídeo, antena parabólica, que possibilitariam um maior acesso à formação e informação para professores e alunos.

Mas tal investimento não garantiu a aprovação do Projeto de Qualidade Total, uma vez que interesses contrários apontam para direções divergentes. Para os neoliberais, a educação não é mais papel do Estado. Pode-se perceber isso claramente no discurso que defende o convênio e a parceria com empresas da rede privada. O Ensino Brasileiro se torna alvo de críticas, é como se todo o processo de exclusão fosse responsabilidade da escola. Enquanto, de um lado, os progressistas gritam por melhores condições de trabalho e por melhores salários, os conservadores apontam o professor como profissional mal formado e, muitas vezes, como irresponsável e incompetente, por não se esforçar para mudar a situação. Além disso, afirmam que a causa disso tudo é a má gestão na educação e que a conseqüência é o desperdício de recursos públicos.

Assim, a estratégia neoliberal de retirar a educação institucionalizada da esfera pública e submetê-la às regras do mercado significa não mais liberdade (a palavra fetiche da retórica neoliberal) e menos regulação, mas precisamente mais controle e 'governo' da vida cotidiana na exata medida em que a transforma num objetivo de consumo individual e não de discussão pública e coletiva. Nesse caso, menos governo significa mais governo. Outras das operações centrais do pensamento neoliberal em geral, e, em particular, no campo educacional, consiste em transformar questões políticas e sociais em questões técnicas.(...)Assim, a situação desesperadora enfrentada quotidianamente em nossas escolas por professoras e estudantes é vista como resultado de uma má gestão e de desperdício de verbas, por parte dos poderes públicos, como falta de produtividade e de esforço por parte dos professores/as e administradores/as educacionais como conseqüência de métodos atrasados e ineficientes de ensino e de currículos inadequados e anacrônicos (SILVA, 1996, p.18).

O processo de Globalização da Economia é, por si, excludente. Essa é a lógica neoliberal. Ele consiste em aumentar a riqueza de alguns e a pobreza de outros. Diante disso, seria de fato a escola a grande vilã desse cenário? Será ela, por exemplo, a responsável pelos problemas sociais? Considere, por exemplo, a questão da repetência e da evasão, será mesmo essa uma responsabilidade apenas sua? A fome, a miséria, a falta de perspectivas de trabalho não seria também motivadores fortes para a ocorrência desses problemas?







 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: MUDANÇAS DE PARADIGMAS

As exigências do mercado de trabalho interferem na política pedagógica, levando-se a rediscutir princípios educacionais. A rediscussão dos princípios que norteavam a educação fazia parte dos anseios dos progressistas, mas estes nunca tiveram seus anseios atendidos. Há uma grande divergência relativa às idéias que movem os progressistas e os conservadores. Um grupo, conforme já se afirmou neste texto, busca uma educação pautada pelos anseios e necessidades do homem, o outro, pelas necessidades do capital. Com isso, o segundo busca moldar o cidadão segundo as exigências da sociedade vigente que, para esse novo mercado de trabalho, baseia-se nos seguintes itens: capacidade de trabalho em equipe, visão ampla da realidade, dinamismo, autonomia, liderança e criatividade. Tais expressões serão também preocupações do primeiro. A diferença se dá na função que cada um deles atribui à educação.

Para a formação desse cidadão, tanto na concepção de escola dos progressistas quanto dos conservadores, faz-se necessário transformar a estrutura educacional. A organização fordista de trabalho se refletiu por muitos anos na realidade educacional, apesar de não se apresentar como uma forma de organização completamente ultrapassada, uma vez que a maioria das escolas se estrutura de maneira fragmentada. No entanto, já faz parte do discurso e de algumas referências práticas a quebra desse esquema de organização. Não é mais possível que a escola se oriente segundo uma organização utilizada desde o início do século XX, cada trabalhador executando uma parcela da produção, avanço técnico associado à utilização de máquinas mais complexas. Isso permitiu maior rapidez no processo produtivo. Para a época, esse foi um avanço significativo em termos tecnológicos. Hoje a reestruturação produtiva possibilitada, principalmente, por causa da tecnologia, não concebe mais divisões técnicas no trabalho. O trabalhador, para atender as exigências da empresa, tem que ser polivalente, ter um amplo conhecimento e domínio de habilidades para o exercício de várias tarefas. A princípio, a própria revolução tecnológica quebra com a lógica fordista, dada, muitas vezes, a potencialidade do computador na capacidade de gerar a integração, viabilizando um trabalho mais inteiro.

Não somente no trabalho se busca essa relação com o todo. Também, na educação, anseia-se por uma formação do homem por inteiro. Numa perspectiva interdisciplinar, é preciso que a escola possibilite uma formação global, capaz de considerar que a realidade é una, apesar de se formar por diferentes aspectos.

Para isso, os homens terão de ser identificáveis a partir de uma cultura comum, na qual deverá estar incorporado um conjunto de valores que, garantindo o todo, preserve a individualidade. Deverão, também, ter uma educação formal, conhecer e dominar linguagens que lhes permitam o exercício pleno de sua racionalidade formal – esta deverá ser contrabalançada, possibilitando que cada indivíduo libere suas emoções, tenha senso de oportunidade e explicite suas intenções. Em suma, há de se buscar homens que, participantes de sistemas, exponham seus projetos e seus inconscientes para a construção de outros sistemas; enfim, homens que façam a história (BARROS, 1998, p. 25).

Esse tipo de educação, certamente, leva à autonomia. A verdadeira cidadania se dá a partir de homens autônomos, capazes de se posicionar criticamente, não somente com palavras, mas também em ações. Os Parâmetros Curriculares Nacionais e a nova Lei de Diretrizes e Bases apontam em direção a essa postura pedagógica. No entanto, para assumi-la, é necessário aos educadores e políticos envolvidos na educação uma mudança radical, que é algo muito complexo.

Nesse sentido é que conservadores e progressistas, muitas vezes, são confundidos, podendo ser identificados a partir da prática de cada grupo, apesar da convergência de seus discursos.







 CONCLUSÃO

A Tecnologia na Educação requer um olhar mais abrangente, envolvendo novas formas de ensinar e de aprender condizentes com o paradigma da sociedade do conhecimento, o qual se caracteriza pelos princípios da diversidade, da integração e da complexidade.

O compromisso com as questões educacionais deve ser ampliado e discutido, através das várias formas de organização, incluindo aquelas que fazem uso da tecnologia para superar os limites de espaços e tempos, de modo a propiciar que as pessoas de diferentes idades, classes sociais e regiões tenham acesso à informação e possam vivenciar diversas maneiras de representar o conhecimento.

Esta amplitude de possibilidades - quando pautada em princípios que privilegiam a construção do conhecimento, o aprendizado significativo, interdisciplinar e integrador do pensamento racional, estético, ético e humanista – deve requerer dos profissionais novas competências e atitudes para desenvolver uma pedagogia relacional: isto implica criar e recriar estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se significativas para o aprendiz, sem perder de vista o foco da intencionalidade educacional.



REFERÊNCIAS

 

SAMPAIO, Marisa Narciso; LEITE, Lígia Silva. A Alfabetização Tecnológica do Professor. 1ª ed. São Paulo: Vozes, 2006.
TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO. Texto disponível na Internet: http://www.sistti.com.br/syene/m1_principal.htm, acessado em 09/07/09.
ALMEIDA, Fernando José de. Educação e Informática: os computadores na escola. 2ªed. São Paulo: Cortez, 1988.

KAWAMURA, Lili. Novas Tecnologias e Educação. 1ª ed. São Paulo: Ática, 1990.
SIQUEIRA, Ethevaldo. A Sociedade Inteligente: a revolução das novas tecnologias, computadores, comunicações, robôs. 1ª ed.São Paulo: Bandeirante editora, 1987.
ARAÚJO, Frederico Antônio. Educação e Tecnologia: algumas reflexões iniciais. Sem local, sem data, sem editora.
BARROS, Jorge Pedro D. Computadores, escola e sociedade.1ª ed. São Paulo: Scipione,1998.
DEMO, Pedro. Ranços e avanços. 1ª ed. Campinas: Papirus,1997.
SILVA. Tomás Tadeu da. A Nova Direita e as transformações na pedagogia da política

 fonte:www.webartigos.com












































Educação e tecnologia precisam se encontrar no Brasil

Já há algum tempo, o Brasil é um dos países onde as pessoas permanecem mais tempo conectadas à rede mundial de computadores. No entanto, quando o assunto é o uso da internet para auxiliar o processo de ensino, o País ainda tem um longo caminho a percorrer. É o que mostra o livro"A Geração Interativa na Ibero-América: crianças e adolescentes diante das telas", um estudo realizado com mais de 25 mil estudantes com idade entre 6 e 18 de escolas públicas e privadas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela e que traz informações sobre o uso de diferentes tecnologias por parte desse público.

De acordo com a pesquisa, no Brasil, quase metade dos estudantes afirmam que nenhum professor utiliza a internet para explicar a matéria dada ou estimula o uso da rede. O dado mostra o descompasso entre a velocidade de penetração da tecnologia no dia-a-dia dessas crianças e adolescentes (segundo a pesquisa quase 70% dos estudantes têm computador em casa e navegam mais de duas horas por dia) e a capacidade das instituições de ensino em incorporar esses recursos para melhorar e tornar mais interessante para esses jovens o processo de aprendizadoDurante muito tempo, os professores tinham dúvida a respeito do quanto um computador poderia ajudar a escola. Esse medo da máquina fez com que, até o final dos anos 90, o impacto da tecnologia na sala de aula fosse praticamente nulo, pois a escola não sabia transformá-la numa ferramenta pedagógica”, diz a secretária de Estado da Educação, Maria Helena de Castro. Ela frisa que com o boom da Internet isso mudou um pouco de figura. “Muitas instituições já utilizam de tecnologia para melhorar os processos de aprendizagem e nós professores perdemos um pouco de medo das máquinas, que os alunos dominam com tanta naturalidade".



Para Rogério da Costa, pesquisador do Laboratório de Inteligência Coletiva (Linc), as instituições de ensino precisam acelerar o passo para não ficarem tão para trás no uso das tecnologias aplicadas ao ensino. “Durante mais de uma década os educadores discutiram formas de incorporar o computador à sala de aula. E agora, o dilema que logo virá será o de como incorporar o Celular ao processo educacional”, diz ele, baseado no dado que diz que 80% dos estudantes entre 10 e 18 anos têm celular. Ele afirma ainda que as instituições de ensino terão de se acostumar com o fato de que não estão mais com o domínio total sobre o processo de criação de conhecimento. Afinal, segundo mostra a pesquisa, cerca de 20% dos estudantes brasileiros possuem um blog ou fotolog. 
 


Charco Sádaba, da universidade de comunicação de Navarra, na Espanha, e uma das coordenadoras do estudo, ressalta a importância de os professores e pais, a quem ela apelida de imigrantes digitais, passarem a atuar de forma mais presente na tarefa de mediar o uso das tecnologias pelos estudantes.“Não podemos deixar essa responsabilidade nas mãos desses nativos digitais, ainda que suas habilidades com essas tecnologias sejam apuradas”, diz.


A diretora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec ), Maria do Carmo Brant de Carvalho, salienta no entanto que a questão do filtro e do controle sobre o conteúdo acessado ou criado pelos jovens é algo delicado e que deve ser visto com cautela. “Trata-se de uma questão moral porque a criança está aprendendo a sociabilizar, a confiar. E com o uso da tecnologia muitas vezes ela fará isso virtualmente”, explica. “Portanto, é preciso que nos questionemos a respeito dos limites para os filtros que iremos impor, para que a liberdade que os jovens exercem dentro dos meios interativos não seja cerceada, inserindo-os no mundo do medo, onde eles terão dificuldade de confiar”.




Leandro Fernandes




fonte: CanalRH - www.canalrh.com.br




O Educador e as Novas Mídias

O professor tem uma grande variedade e possibilidades de organizar sua comunicação com os seus discente,introduzindo um tema de trabalhar virtual ,e presencial e avaliá-los.
Cada professor pode procurar uma melhor forma de integrar as tecnologias com os procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie e aprendan a dominar formas de comunicação interpessoal e grupal e as de comunicação audiovisual e telemática.É fundamental que cada docente encontre um melhor método pessoal que lhe auxilie a tranmitir tudo que pretende. É importante que se diversifique não só a aula mas a avaliação como um todo do aluno.
Com a Internet, podemos facilmente modificar a forma de transmitir o conhecimento seja á distância ou presencial. São muitos os caminhos que o professor poderá utilizar a tecnologia aliada ao ensino vão depender do momento como: Número de alunos,apoio institucional,se os recursos que ele possui consegue tramsmitir o conteúdo de uma forma que atinja o aluno para sua melhor compreenção.
No começo o que tem que que ocorrer é a procura de estabelecer uma relação empática com os alunos, buscando sua realidade, fazendo um rastreamento dos seus interesses, formação e perspectiva futuras.
O que o professor pode fazer é criar uma página pessoal na internet, como espaço virtual de divulgação, encontros, troca de opiniões, idéias sobre o assunto trabalhado pelo mesmo e/ou assuntos que abrange a atual conjuntura. O importante é que o professor e alunos tenham um espaço, além do presencial, de encontro e visibilidade virtual.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

DICAS DE LIVROS



1.Antunes,Celso/Novas Maneiras de Ensinar, Novas Formas de Aprender Editora :Artimed,2000.



2. Jose M. Moram, Marcos T. Masetto ,Marilda A. Benhres/Novas Tecnoligias e Mediação pedagógicas.Editora:Papirus, 2000.




3.Niskier,Arnaldo Educaçaõ á Distância. A Tecnologia da Esperança.São Paulo Edições :loyola,1999.